
Geisha, Bourbon e Catuaí: entenda a diferença entre essas variedades de cafés especiais
Descubra o que esperar dos cafés especiais feitos com Geisha, Bourbon e Catuaí.
Se você já mergulhou no universo dos cafés especiais, provavelmente se deparou com nomes como Geisha, Bourbon e Catuaí.
Cada uma dessas variedades de Arábica carrega uma história própria, moldada por terroirs, tradições de cultivo e pela dedicação de produtores que transformam genética em verdadeiras experiências sensoriais.
Compreender essas diferenças, não é apenas um exercício técnico, é um convite para explorar nuances.
Do floral delicado do Geisha à doçura reconfortante do Bourbon, passando pela versatilidade do Catuaí, cada xícara permite explorar diferentes aromas e sabores.
Neste artigo, vamos explicar o que muda entre essas variedades de grãos. Você vai conhecer suas origens, características, notas sensoriais e o que esperar de cada uma.
Principais pontos do conteúdo
- Geisha: variedade de origem Etiópia/Panamá, floral e cítrica, com corpo leve e alta complexidade, ideal para métodos coados e degustações contemplativas
- Bourbon: originário da Ilha de Bourbon, doce, com notas de chocolate e caramelo, corpo médio e equilíbrio perfeito para expresso e filtrados
- Catuaí: desenvolvido no Brasil pelo IAC, versátil e equilibrado, com notas doces de mel e caramelo, adaptando-se bem a expresso, blends e coados
- O terroir influencia diretamente aroma, sabor e textura, fazendo cada origem expressar características únicas
- Geisha é mais raro e valorizado, com baixa produtividade e alta demanda, elevando seu preço no mercado
- Bourbon e Catuaí podem apresentar nuances frutadas dependendo da altitude e do processamento
- Conhecer essas variedades é entender histórias, regiões e produtores, transformando cada xícara em uma jornada sensorial
Entenda sobre essas diferentes variedades de café Arábica
Quando falamos em café especial, não basta dizer apenas que é Arábica. Dentro dessa espécie existem dezenas de variedades genéticas, cada uma com comportamento agronômico próprio, além de perfil sensorial e história.
Assim como acontece com as uvas no vinho, essas variações influenciam diretamente a experiência sensorial ao degustar a bebida. O terroir (a interação entre clima, solo, altitude e manejo) completa o quadro, criando combinações únicas de aroma, sabor e textura.
É por isso que conhecer as variedades de grãos é essencial para quem ama café: mais do que uma questão técnica, trata-se de uma forma de se conectar com a origem e valorizar o trabalho dos produtores.
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Geisha
Origem e história
O café Geisha nasceu nas florestas da Etiópia, berço da espécie Arábica. Nos anos 1930, sementes foram levadas para pesquisas no Quênia e na Tanzânia, até chegarem ao Panamá, onde encontrou um terroir perfeito para expressar todo o seu potencial.
Lá no país da América Central foi que essa variedade conquistou o mundo, vencendo competições internacionais e se tornando sinônimo de elegância no universo do café. Hoje, também é cultivado em países como Colômbia, Costa Rica e até mesmo em microlotes no Brasil.
Características e terroirs
O Geisha é uma variedade exigente: prefere altitudes elevadas, clima ameno e manejo criterioso. Sua baixa produtividade é compensada pela qualidade excepcional. No Brasil, vem sendo plantado em regiões como Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas, com resultados surpreendentes.
Notas sensoriais do café Geisha
Degustar um café Geisha é uma experiência que lembra infusões sofisticadas e costuma ser mais indicado em métodos coados, embora também possa produzir expressos para quem busca algo fora do comum.
Floral intenso, notas de jasmim, frutas cítricas e chá preto se combinam com uma certa acidez e corpo leve, resultando assim em um café delicado e complexo.
Bourbon
Origem e história
O Bourbon tem raízes profundas na história do café. Originário da região francesa de mesmo nome (atualmente Ilha da Reunião, no Oceano Índico), chegou à América Latina no século XIX e se adaptou perfeitamente em países como Brasil, El Salvador e Guatemala.
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Características e terroirs
Com produtividade moderada e plantas relativamente sensíveis, o Bourbon exige manejo cuidadoso, mas recompensa com qualidade excepcional.
No Brasil, é comum encontrar Bourbon nas regiões da Mogiana Paulista e Sul de Minas, onde altitudes elevadas favorecem o desenvolvimento de seu sabor adocicado natural.
Notas sensoriais do café Bourbon
O Bourbon é conhecido por sua doçura marcante, corpo médio e notas que variam de chocolate e caramelo a frutas vermelhas sutis.
É a variedade de café Arábica que oferece conforto na xícara, com equilíbrio e suavidade que funcionam muito bem tanto no expresso quanto nos métodos coados.
Catuaí
Origem e história
O Catuaí é fruto de uma pesquisa brasileira, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), nos anos 1960, e que vem ganhando o coração dos coffee lovers há décadas.
Ele é o cruzamento perfeito entre duas outras variedades de café Arábica: Mundo Novo e Caturra. Criado para unir produtividade, resistência e qualidade, rapidamente se tornou uma das variedades mais cultivadas no país.
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Características e terroirs
O Catuaí se adapta a praticamente a todas as regiões produtoras do Brasil, porém sua ampla presença não é sinônimo de uniformidade, já que dependendo do terroir, a experiência sensorial é diferente.
Essa variedade de Arábica é de porte baixo, o que facilita a colheita, além de apresentar bom rendimento e estabilidade de qualidade.
Notas sensoriais do Catuaí
Versátil, o Catuaí pode oferecer notas doces de mel e caramelo, além de corpo médio e equilíbrio agradável.
Em regiões de altitude elevada, pode até apresentar uma certa acidez e nuances frutadas, tornando-se uma excelente escolha tanto para expresso quanto para cafés coados.
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Como acertar na escolha entre esses cafés especiais
O Geisha é recomendado para quem busca leveza, notas florais e sabor cítrico. Além disso, o uso é indicado em métodos para café coado e degustações mais contemplativas.
Enquanto o Catuaí, é uma variedade reconhecida por sua versatilidade, suas notas doces que funcionam bem no expresso, em blends e também em métodos filtrados.
Já o Bourbon, é perfeito para coffee lovers que apreciam doçura natural, notas de chocolate e caramelo, além de um corpo equilibrado que o torna perfeito tanto para expresso quanto para cafés coados.
Perguntas frequentes sobre Geisha, Bourbon e Catuaí
Qual dessas variedades é melhor para expresso?
O Bourbon e o Catuaí costumam se adaptar muito bem ao expresso por sua doçura e corpo. Já o Geisha, também pode ser usado, mas costuma ser melhor em métodos coados.
Geisha sempre é mais caro?
Sim, na maioria dos casos. Sua baixa produtividade e alta demanda no mercado de cafés especiais elevam seu preço, especialmente em microlotes premiados.
Bourbon e Catuaí podem ter notas frutadas?
Podem sim. O terroir e o processamento (natural, honey ou lavado) podem realçar nuances frutadas, principalmente em regiões de maior altitude.
Como o terroir influencia cada uma dessas variedades?
O terroir impacta diretamente a expressão sensorial: a mesma variedade pode ter perfis completamente diferentes dependendo do solo, clima e altitude.
Conclusão
Geisha, Bourbon e Catuaí são cafés especiais que não competem entre si. Na verdade, eles se complementam muito bem, inclusive podendo ser usados em blends.
Conhecer essas variedades de Arábica é também descobrir um pouco de histórias, regiões e produtores que fazem do café muito mais do que uma bebida, mas uma verdadeira jornada sensorial.
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