
Matas de Rondônia e Chapada Diamantina: entenda o contraste cafeeiro e veja a comparação entre os cafés
Neste conteúdo, você vai entender como essas duas origens de grãos (tão diferentes entre si) se complementam, quais perfis sensoriais entregam e para quais tipos de coffee lovers cada uma é indicada.
No mapa dos cafés especiais brasileiros, duas regiões se destacam por caminhos opostos e igualmente fascinantes: Matas de Rondônia, no norte do país, e Chapada Diamantina no estado da Bahia.
De um lado, o vigor do Robusta Amazônico, encorpado, de baixa acidez e reconhecido pela sua força sensorial. Do outro, a delicadeza dos Arábicas de altitude, com acidez brilhante, notas florais e frutadas que conquistam paladares no mundo todo.
Comparar essas duas origens é mergulhar em contrastes que revelam a diversidade do nosso terroir e a riqueza de histórias que cada xícara carrega.
Ambas as regiões possuem Indicação Geográfica (IG), um selo de qualidade do INPI, que garante autenticidade para os coffee lovers e ainda ajuda a valorizar o trabalho dos produtores.
Neste conteúdo, você vai entender como essas duas origens de grãos (tão diferentes entre si) se complementam, quais perfis sensoriais entregam e para quais tipos de coffee lovers cada uma é indicada.
Principais pontos do conteúdo
- Rondônia é referência no cultivo de Robusta Amazônico, com IG, corpo intenso e baixa acidez
- Chapada Diamantina produz Arábicas de altitude como Catuaí, Bourbon Amarelo, Catucaí, Topázio e Arara, com acidez brilhante e notas frutadas
- O terroir de cada região (altitude, clima e solo) é determinante para o perfil sensorial
- Rondônia agrada coffee lovers que buscam intensidade e força no café
- Chapada Diamantina conquista quem prefere complexidade, suavidade e diversidade aromática
- Comparar os dois cafés especiais com IG é mergulhar na diversidade que só o Brasil oferece
Comparação entre café Robusta e Arábica
Embora façam parte da mesma paixão nacional, os cafés Robusta e Arábica têm diferenças marcantes. Confira:
- Robusta: costuma apresentar mais cafeína, corpo denso e acidez baixa
- Arábica: oferece acidez delicada, doçura natural e uma ampla variedade de aromas
Qual café é mais forte: Robusta ou Arábica?
Em termos de cafeína, o Robusta é considerado mais forte: pode ter até o dobro da concentração encontrada no Arábica.
Já em termos sensoriais, a força depende do paladar do consumidor: enquanto o Robusta entrega intensidade e amargor equilibrado, o Arábica conquista pela complexidade e acidez.
Leia também: Arábica x Robusta: entenda as diferenças entre os principais grãos de café
Rondônia: a terra do Robusta Amazônico
Localizada na Amazônia Ocidental, o café especial de Mata de Rondônia se consolidou como referência nacional na produção de café Canéfora (Robusta e Conilon).
O chamado Robusta Amazônico reúne características únicas, graças ao clima quente, ao solo amazônico e às técnicas modernas de cultivo.
Leia também: Por que os cafés produzidos nas regiões com a certificação IG são tão especiais?
Café Robusta em Rondônia com IG
O Robusta Amazônico de Rondônia recebeu a Indicação Geográfica (IG), atestando que o café especial produzido na região tem identidade própria, rastreabilidade e qualidade reconhecida.
Esse selo de qualidade garante ao consumidor que cada xícara traz o DNA das Matas de Rondônia, fruto de práticas tradicionais e da dedicação de seus produtores.
Café especial de Rondônia é recomendado para que tipo de coffee lovers
O café especial com IG de Rondônia é perfeito para coffee lovers que buscam força, corpo intenso, notas achocolatadas e amadeiradas, além de uma crema consistente para expresso. E também para quem gosta de cafés mais encorpados no dia a dia.
Quanto ao modo de preparo, ele é uma ótima opção para blends.
Chapada Diamantina: tradição do Arábica baiano
Na Bahia, a Chapada Diamantina é símbolo de cafés especiais. O relevo de serras, a altitude elevada e o clima ameno resultam em grãos de complexidade sensorial, com acidez viva e notas que vão do floral ao frutado.
Café Arábica da Chapada Diamantina com IG
O selo de Indicação Geográfica (IG) de Chapada Diamantina vem reforçando seu lugar no mapa mundial dos cafés especiais. Confira as variedades mais cultivadas na Chapada:
Catuaí
Equilíbrio entre doçura e acidez, o café Catuaí da Chapada Diamantina conta com notas suaves de frutas e mel.
Bourbon Amarelo
Com doçura acentuada, o Bourbon Amarelo baiano tem o corpo macio e conta com aromas de chocolate e frutas amarelas.
Catucaí
Versátil, o Catucaí entrega cafés adocicados com notas de caramelo e corpo médio.
Topázio
Mais delicado, o café Topázio apresenta acidez brilhante e notas florais.
Arara
Variedade recente, adaptada ao terroir local, o café Arara conta com doçura natural e notas frutadas.
Cafés especiais da Chapada Diamantina são recomendados para que tipo de coffee lovers
Esses cafés especiais baianos são indicados para quem busca refinamento e diversidade aromática.
Coffee lovers que gostam de cafés filtrados e degustações contemplativas encontram na Chapada Diamantina experiências ricas em acidez, complexidade e elegância sensorial.
Quanto ao método de preparo, os filtrados manuais valorizam mais os grãos cultivados nesse terroir cheio de singularidades como:
- Hario V60: realça acidez, delicadeza e aromas (florais e frutados)
- Kalita Wave: proporciona equilíbrio entre corpo e acidez, destacando a doçura natural
- Aeropress: em receitas filtradas, combina corpo e acidez de forma versátil
- Prensa Francesa: também pode ser usada, mas tende a ressaltar mais o corpo do que a acidez, deixando em segundo plano a brilhância sensorial característica da região
Como o terroir influencia a qualidade dos cafés brasileiros
O terroir é o conjunto de fatores naturais e culturais que moldam o café como solo, clima, altitude e tradição na produção. Tanto Rondônia quanto Chapada Diamantina têm terroirs singulares.
Diferenças de terroir em Rondônia e na Chapada Diamantina (BA)
- Rondônia: clima quente, baixa altitude e solos amazônicos são alguns dos fatores singulares que permitem o cultivo de Robusta de alta qualidade
- Chapada Diamantina: altitude elevada, clima ameno e solos férteis são alguns dos fatores que possibilitam o cultivo de Arábia de alta qualidade
Altitude e clima
A altitude da Chapada Diamantina, que é acima de 1.000 m, favorece cafés complexos. Já em Rondônia, com apenas 200 a 400 m de altitude, o calor contribui para cafés encorpados e de maior resistência.
Solo e manejo
Os solos férteis da Chapada conferem notas frutadas, enquanto em Rondônia o manejo moderno, aliado ao solo amazônico, resulta em Robustas consistentes e de alta qualidade.
Leia também: Veja as maiores regiões produtoras de café no Brasil
Perfil sensorial dos cafés especiais: comparativo entre Rondônia e Chapada Diamantina
- Rondônia (Robusta Amazônico): corpo intenso, baixa acidez, notas achocolatadas e amadeiradas.
- Chapada Diamantina (Arábica): acidez brilhante, doçura natural, notas florais e frutadas.
Leia também: Notas sensoriais no café: como identificar os sabores no seu café
Perguntas Frequentes sobre café de Rondônia x Chapada
Qual a diferença entre o café de Rondônia e o da Chapada Diamantina?
Rondônia produz majoritariamente Robusta (encorpado, forte e de baixa acidez), enquanto a Chapada Diamantina é referência em Arábicas complexos e aromáticos.
Qual café é mais valorizado, o de Rondônia ou o da Chapada Diamantina?
No mercado de cafés especiais, o Arábica da Chapada tem maior valorização, mas o Robusta Amazônico de Rondônia vem conquistando cada vez mais espaço com sua IG e qualidade crescente.
Rondônia só produz café Robusta?
A produção predominante é de Robusta Amazônico (café Canéfora), mas há iniciativas pontuais com outras variedades.
Quais cafés especiais da Chapada Diamantina têm IG?
Variedades como Catuaí, Bourbon Amarelo, Catucaí, Topázio e Arara são cultivadas dentro da região com Indicação Geográfica.
Conclusão
A comparação entre os cafés especiais de Matas de Rondônia e Chapada Diamantina, na Bahia, mostra a riqueza e a diversidade dos cafés brasileiros com IG.
Enquanto os grãos de Rondônia revelam a força do Robusta Amazônico, encorpado e marcante, os da Chapada Diamantina entregam a delicadeza dos Arábicas de altitude, complexos e aromáticos.
Cada região, com seu terroir singular e sua Indicação Geográfica (IG), revela na xícara a identidade de seus produtores e territórios.
Para os coffee lovers, explorar esses contrastes é uma forma de vivenciar o Brasil em goles: da intensidade da Amazônia à sutileza da Bahia.
Quer entender mais sobre os cafés com IG do Brasil? Assine a newsletter Rua do Café e receba por e-mail, em primeira mão, nossas novidades.