
Conheça a Região do Pinhal e seus cafés
Descubra os cafés da Região do Pinhal, em SP: terroir de montanha, IG garantida e grãos com rastreabilidade.
No nordeste do estado de São Paulo, quase na divisa com Minas Gerais, uma região montanhosa vem ganhando cada vez mais atenção dos coffee lovers mais exigentes: a Região do Pinhal.
Conhecida por unir tradição familiar, cuidado coletivo e um terroir marcado pela altitude, a região é hoje uma referência em cafés com perfil doce, complexo e rastreável.
Desde 2016, a região possui o selo de Indicação Geográfica (IG) concedido pelo INPI, com apoio da Embrapa Café e do Sebrae, garantindo a procedência e reputação dos grãos produzidos ali.
Neste conteúdo, você vai entender o que torna a Região do Pinhal tão especial, quais cidades fazem parte da IG, quais são as variedades cultivadas, os processos pós-colheita utilizados e o que esperar na hora de provar um café vindo desse pedaço da Serra da Mantiqueira paulista.
Resumo do conteúdo
- A Região do Pinhal é reconhecida com Indicação Geográfica (IG) desde 2016
- O clima ameno e a altitude entre 800 e 1.200 m favorecem cafés doces, aromáticos e consistentes
- As variedades mais comuns são Catuaí, Bourbon, Mundo Novo e Acaíá
- Os cafés passam por processos como natural, cereja descascado e fermentações controladas
- Os perfis sensoriais mais comuns incluem frutas vermelhas, caramelo, chocolate e castanhas
- A região se destaca por sua organização coletiva, com cooperativas como a COCAMPI promovendo rastreabilidade e qualidade
Onde fica a Região do Pinhal?
Localizada no extremo nordeste de São Paulo, quase na divisa com Minas Gerais, a Região do Pinhal abrange mais de 15 municípios com forte tradição cafeeira.
Entre eles estão Espírito Santo do Pinhal, Andradas, Santo Antônio do Jardim, Albertina, Mogi Guaçu e outras cidades do entorno.
O nome da região vem da Associação dos Produtores da Região do Pinhal, que impulsionou a conquista do selo de IG em 2016.
A organização coletiva foi essencial para estruturar um modelo produtivo voltado à qualidade, à rastreabilidade e à valorização da identidade regional.
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Clima, altitude e terroir: os diferenciais da região
Altitude
As lavouras ficam entre 800 e 1.200 metros, altitudes que favorecem o amadurecimento lento dos frutos. Isso aumenta a formação de açúcares e compostos aromáticos, resultando em perfis sensoriais mais doces, equilibrados e complexos.
Clima ameno
A região tem verões brandos e invernos secos, com boa distribuição de chuvas nos meses de crescimento e estiagem no período de colheita. Essa combinação favorece a sanidade dos frutos e a qualidade do pós-colheita.
Terroir de montanha
O relevo acidentado e a variedade de solos criam microclimas que influenciam diretamente o sabor dos grãos. Cafés de talhões vizinhos podem ter perfis diferentes, mesmo dentro da mesma propriedade.
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Variedades cultivadas e métodos de processamento
Principais variedades
Catuaí vermelho e amarelo, Bourbon, Mundo Novo e Acaíá são as cultivares mais comuns na região. Essas variedades têm boa produtividade em altitude e oferecem doçura pronunciada, acidez equilibrada e notas frutadas.
Processos pós-colheita
Os produtores do Pinhal utilizam tanto o processo natural quanto o cereja descascado. Nos últimos anos, técnicas de fermentação controlada também começaram a ganhar espaço, trazendo mais complexidade à bebida.
Perfil sensorial: o que esperar do café da Região do Pinhal
Cafés da IG Pinhal têm perfis consistentes, com doçura alta, corpo médio a denso, acidez equilibrada (cítrica ou málica) e notas marcantes de chocolate, frutas vermelhas, caramelo e castanhas.
Essas características são reforçadas por práticas de manejo focadas na qualidade e por um terroir que favorece a expressividade dos sabores.
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Dúvidas frequentes sobre os cafés da Região do Pinhal
Todo café do Pinhal é especial?
Nem todos os grãos são classificados como especiais, mas o terroir local oferece condições ideais para lotes de alta qualidade. Com boas práticas, é possível obter cafés que pontuam acima de 84 pontos.
Esses cafés têm acidez alta?
A acidez tende a ser equilibrada. Alguns lotes apresentam acidez cítrica leve, outros málica mais intensa. Sempre integrada a uma doçura pronunciada.
Posso visitar produtores da região?
Sim. Algumas propriedades oferecem visitas guiadas, degustações e experiências imersivas. Consulte a COCAMPI ou turismos rurais locais.
Os cafés do Pinhal são mais caros?
Cafés especiais com IG têm preço mais alto devido ao cuidado na produção. Mas há opções acessíveis em blends e microlotes.
Conclusão
Os cafés da Região do Pinhal vão além da bebida: são expressões de terroir, história e cuidado coletivo.
Cada xícara revela a doçura da altitude, a complexidade dos microclimas e o zelo de famílias que fazem do café seu legado.
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