Catuaí: sabor equilibrado e a alma do café brasileiro
Café Catuaí amarelo e vermelho

Catuaí: sabor equilibrado e a alma do café brasileiro

O Catuaí é um grão versátil, doce e equilibrado. Entenda suas origens, diferenças, sabores e por que ele está em tantas xícaras pelo país.

Você já tomou um café equilibrado, doce na medida e com um corpo gostoso de sentir na boca? É bem possível que ele tenha vindo de um grão Catuaí, mesmo que isso não estivesse no rótulo.

Presente em boa parte das lavouras brasileiras, o Catuaí é uma das variedades de Arábica mais cultivadas no país.

E não é por acaso: ele agrada tanto a quem planta quanto a quem bebe.

Neste artigo, a gente te conta a história desse grão, onde ele é mais comum, o que ele entrega na xícara e como ele se compara com outras variedades famosas.

Como surgiu o Catuaí e por que ele se espalhou pelo Brasil?

Criado no Brasil na década de 60, o Catuaí nasceu do cruzamento entre as variedades Mundo Novo (conhecida por sua produtividade) e Caturra (de porte mais baixo e fácil colheita). 

A ideia era simples: unir produtividade com praticidade. E deu certo.

Segundo a Fundação Procafé, o Catuaí se destaca por sua boa adaptação a diferentes altitudes, alta produtividade e resistência à ferrugem, uma das doenças mais comuns nas lavouras brasileiras.

Além disso, apresenta folhas bem desenvolvidas e frutos que amadurecem de maneira uniforme, o que facilita (e muito) na colheita.

Ou seja: é um grão que entrega tanto para o produtor quanto para o consumidor. Não à toa, ganhou espaço nas lavouras brasileiras e se tornou uma das variedades mais populares por aqui.

Agora que você já conhece sua origem, vamos explorar onde ele é cultivado e o que isso significa para a bebida que chega à sua xícara?

Catuaí no campo: onde ele é cultivado e como se comporta

Depois de entender como o Catuaí surgiu, vale explorar onde ele mais se destaca no Brasil e por que ele caiu no gosto de tantos produtores.

Afinal, a variedade pode até ser a mesma, mas o local de cultivo faz toda a diferença na bebida final.

Solo, clima, altitude e cuidados pós-colheita moldam o perfil do café na xícara, e o Catuaí responde de maneira única a cada um desses fatores.

A seguir, a gente mergulha nas regiões onde ele mais aparece, nas nuances entre suas variações mais conhecidas e no que tudo isso significa para o sabor que chega até você.

Além da origem, o local onde o Catuaí cresce faz toda a diferença no resultado final da bebida.

Nesta seção, vamos explorar as regiões brasileiras onde esse grão é mais cultivado e como ele responde às condições de solo, clima e altitude.

Também vamos mostrar as diferenças entre as variações amarela e vermelha e como cada uma pode influenciar no sabor da sua xícara.

Regiões produtoras onde o Catuaí se destaca

Você pode encontrar o Catuaí em praticamente todas as regiões cafeeiras do Brasil: Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Chapada Diamantina, Matas de Minas...

No Sul de Minas, ele costuma trazer cafés com doçura equilibrada e acidez moderada, resultado da altitude e do clima ameno da região.

Já no Cerrado Mineiro, onde predomina um clima mais seco e altitude controlada, o Catuaí tende a gerar cafés com notas mais encorpadas e acentuadas de chocolate e nozes.

Na Chapada Diamantina, na Bahia, a variedade encontra altitudes elevadas e clima mais tropical, o que favorece perfis sensoriais mais frutados e florais.

Já nas Matas de Minas, com suas colinas e microclimas variados, o Catuaí expressa nuances que vão da acidez cítrica até o corpo mais licoroso, dependendo da fazenda e do processo pós-colheita.

Ele se adapta bem em altitudes que vão de 800 a 1.300 metros e tem um desempenho tão estável que virou queridinho tanto de pequenos quanto de grandes produtores.

Variações de cor: Catuaí Amarelo x Catuaí Vermelho

O Catuaí tem duas versões principais: a amarela e a vermelha.

A diferença mais óbvia está na cor do fruto, mas elas também podem ter nuances diferentes de doçura e acidez.

A escolha entre uma e outra costuma depender da região, do tipo de solo, do clima e do perfil de sabor que o produtor quer alcançar.

Perfil sensorial do Catuaí: o que esperar na xícara?

Depois de conhecer as origens do Catuaí e as regiões onde ele mais se destaca, chegou a hora de falar do que realmente importa: o que ele entrega na xícara.

As características sensoriais de um café são moldadas por diversos fatores, e no caso do Catuaí, o equilíbrio é a palavra-chave. 

Cultivado em diferentes altitudes, solos e microclimas, ele mantém uma consistência admirável, e é justamente isso que o torna tão popular entre produtores e amantes do café.

A seguir, mergulhamos nas nuances de sabor, corpo e acidez que o Catuaí pode entregar.

Notas mais comuns

O Catuaí é um grão que preza pelo equilíbrio.

Na xícara, ele costuma trazer notas de caramelo, frutas secas e chocolate ao leite.

O corpo é médio, a acidez é suave e a doçura aparece de forma limpa e natural.

Por isso, ele é um grão fácil de gostar, tanto para quem está começando quanto para quem já tem o paladar mais treinado.

Como o Catuaí se comporta em diferentes métodos de preparo

  • Espresso: se sai muito bem, com doçura e consistência.
  • Café coado: fica leve e suave, especialmente quando o processo é natural.
  • Prensa francesa: ganha corpo e entrega uma bebida mais intensa.
  • V60: realça a doçura e os aromas mais delicados.
  • Aeropress: equilibra corpo e acidez, com uma textura agradável.

H2: Catuaí VS outras variedades: o que muda na prática?

Depois de conhecer as características do Catuaí, talvez você esteja se perguntando: "e como ele se compara com outras variedades?". Essa é uma dúvida comum de quem está explorando o universo dos cafés especiais.

Por isso, a gente preparou uma comparação direta entre o Catuaí e duas das variedades mais conhecidas do Arábica cultivadas no Brasil: o Bourbon e o Mundo Novo.

Leia também: Bourbon, Catuaí, Mundo Novo: variedades do Arábica e seus sabores

Catuaí VS Bourbon

O Bourbon costuma ser mais delicado, com doçura marcante e acidez refinada. Já o Catuaí entrega uma bebida mais estável, com perfil menos ousado, mas mais fácil de reproduzir.

Do lado de quem planta, o Catuaí leva vantagem por ser mais produtivo e mais fácil de manejar.

Catuaí VS Mundo Novo

O Mundo Novo tem um porte maior, mais vigor e costuma render cafés mais encorpados.

Já o Catuaí é mais baixo, mais fácil de colher e entrega uma bebida mais suave, que agrada em diferentes métodos.

Dúvidas frequentes sobre o Catuaí

Qual a diferença entre Catuaí Amarelo e Vermelho?

A cor do fruto muda — e com ela, pequenas variações no sabor. O amarelo costuma ser mais doce; o vermelho, um pouco mais ácido. Mas tudo depende de onde e como foi cultivado.

Catuaí tem muita cafeína?

Não. Como todo Arábica, o teor de cafeína no Catuaí é mais baixo do que em cafés da espécie Robusta.

É uma boa escolha para espresso?

Sim! O Catuaí entrega estrutura, equilíbrio e doçura — tudo o que um bom espresso precisa.

Onde o Catuaí é mais cultivado no Brasil?

Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Chapada Diamantina são algumas das regiões onde ele aparece com frequência. Mas ele está presente em praticamente todas as áreas produtoras do país.

O Catuaí é sempre suave ou pode ter mais acidez?

Depende do terroir, do processo e da torra. Em geral, ele é mais suave e doce, mas pode surpreender com uma acidez mais presente dependendo do perfil trabalhado.

Conclusão

O Catuaí é aquele grão que entrega equilíbrio e confiança. Seja no espresso do dia a dia ou num coado mais elaborado, ele mostra sua versatilidade e agrada fácil.

É também um grão que representa bem a cara do café brasileiro: democrático, consistente e cheio de sabor.

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